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Far Cry 6: se você quer mais, aqui tem mais Far Cry

Far Cry está de volta com uma sociedade distopica, um antagonista carismático, um mundo aberto para explorar e transformar com suas ações e muita artilharia para fazer isso acontecer. O jogo se passa em Yara, uma localidade fictícia mas muito inspirada em países caribenhos como Cuba, e sofre dos benefícios e malefícios de ser uma franquia tão consolidada. Vamos comentar mais de nossas impressões no restante dessa análise, jogada integralmente em um PC, parte do tempo no teclado e mouse, outro tempo no controle via Steam Link e muitos e muitos benchmarks pra fazer esse artigo aqui.

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Bem-vindo a Yara

Far Cry 6 brilha em sua ambientação. O arquipélago caribenho de Yara é bastante amplo e cheio de personalidade, desde os vilarejos menores até as grandes cidades do game. Os carros, casas, personagens, fauna e flora do jogo são construídas de uma forma convincente e com bom nível de qualidade, em geral. Além do visual do game, como uma recriação muito bem-feita da arquitetura e de todo o paisagismo, os personagens são um grande destaque.

O game traz uma grande quantidade de personagens bastante marcantes e cheios de estilo, que vão cruzando o caminho do protagonista. O destaque óbvio vai para o arqui-inimigo Antón Castillo, interpretado por Giancarlo Esposito, o déspota que controla Yara. Abaixo no trailer oficial dá pra sentir a vibe do game, com um elogio para o excelente serviço de localização feito pela Ubisoft Brasil, com direito a um trabalho de alto nível na tradução e até algumas pequenas brincadeiras que mostram uma equipe comprometida em adaptar um game ao nosso país.

Nesse game você assume a pele do ou da Dany, dependendo do gênero que vocês escolheu pro seu personagem. Como joguei com a versão feminina, de agora em diante chamarei de a Dany. Danny é uma anti-heroína que não está interessada em resolver nada, mas acaba sendo presa pela trama do game e aos poucos vai pegando gosto pela coisa. Aqui entra um elemento que me incomodou no jogo: ele oscila da seriedade ao satírico, e nem sempre consegue costurar as duas coisas. O tema é bastante sério: governos totalitaristas e grupo de resistência violentos, regados no sangue da população que precisa sobreviver a esse período extremo. O tom? As vezes sombrio e sério, as vezes quase fanfarrão, com os personagens variando entre a seriedade de precisar se livrar de um déspota e falar de forma jocosa como é divertido ser um revolucionário, e até inventar regras lúdicas de como fazer as coisas. 

E aqui vem um ponto relevante se está cogitando jogar Far Cry 6: estar buscando esse divertimento, e que esbarra bastante com temas pesados, que vão além dos mais mencionados, incluir muita violência gráfica e até rinha de animais. Mas se essa diversão politicamente incorreta, as vezes tecendo críticas e referências a temas graves, as vezes sendo meio bobalhão de formas inesperadas, é o que você quer, então esse game é pra você. Então hora de comentar o gameplay!

Gameplay

O gameplay de Far Cry 6 segue uma fórmula bastante usada pela franquia e também outros games da própria Ubisoft. O jogador conta com um mundo aberto para ser explorado, com missões espalhadas pelo mapa. Na medida que avança em missões chave, vai progredindo na história e também transformando essas localidades.

A fórmula a essa altura já está um tanto manjada para alguns, mas ao mesmo tempo funciona e por isso é novamente replicada no sexto título da franquia. Você invade instalações do governo de Antón Castillo, derrubando sua rede de controle por Yara e vai assim empurrando cada peça do dominó para acabar com seu governo despótico. Sim, você já viu isso com outra skin.

Nos combates o jogador pode optar tanto por uma abordagem mais direta, “chutando a porta” e atirando em tudo que se move de forma que não te agradar, o que pode terminar em uma apoteose de carnificina pois os NPCs podem chamar reforços. Também dá para ir “na maciota”, sendo possível cumprir objetivos completos sem ser descoberto e matando sorrateiramente os inimigos.

Além do visual de Yara, algo que torna a experiência agradável é a variedade de recursos disponíveis. O jogador conta com apetrechos como cordas ninja, planadores, carros, cavalos, embarcações e vários outros trambolhos para se deslocar pelo mapa, enquanto nos tiroteios pode contar com armas convencionais até bugigangas improvisadas insólitas. É nas gambiarras que o jogo mostra seu estilo, com apetrechos que envolvem bizarrices diversas e muita personalização.

O gameplay de Far Cry 6 passar por vários espectros na minha opinião. As armas, movimentação e apetrechos são satisfatórios de serem usados, e explodir coisas é sempre legal. Mas aí você tenta dirigir um carro, andar a cavalo ou pilotar um helicóptero e se depara com controles esquisitos, movimentação truncada e algumas bugadas. Mas o pior são os NPCs.

Acho que pouca coisa mostra melhor a fragilidade desse game do que os singelos dois minutos abaixo. Fazíamos os testes em nossas máquinas de entrada rodando o game, e ele simplesmente derreteu na nossa frente, com uma quantidade absurda de ações sem sentido dos NPCs, da física e de tudo mais. Toda a imersão que a desenvolvedora conseguiu com as localidades muito bem detalhadas da ilha desaparece, com um monte de IAs tentando passar no teste de Turing e falhando constantemente. 

Nos combates esses comportamentos atípicos também aparecem, mas com uma menor frequência. Curiosamente é nas atividades do cotidiano que vejo os NPCs falhando miseravelmente em parecer um ser humano tocando sua rotina, com destaque para a insistência que carros invadem a contramão e quase batem no jogador.

Mas quando o assunto é o gameplay, são os parças que roubam a cena. O jogador pode contar com um pet para auxiliá-lo nos combates, fazendo funções como tirar os inimigos da cobertura, distraí-los, pegar equipamento para o jogador ou fazer a boa e velha agressão direta, ajudando a dar conta dos inimigos pelo mapa. Aqui novamente o jogo é cheio de atitude e carisma, com aliados que vão desde ao intimidante jacaré (ou crocodilo, não tenho certeza) Guapo, até o incrivelmente fofo doguinho deficiente, o Chorizo.

Para quem é fã do co-op, o jogo possibilita chamar um amigo para fazer a missões, possibilitando ações coordenadas ou o resultado óbvio de ambos perdendo o controle da situação e transformando em uma cena de filme de ação caótico. Ambos os jogadores tem seus recursos disponíveis, a única limitação é seu parça: será possível levar apenas um dos pets combatentes, compartilhado por ambos.

Vale a pena?

Far Cry 6 tem seus acertos. Gostei muito da ambientação, seja através da própria geografia e arquitetura da ilha de Yara quanto pelos personagens curiosos que cruzam em seu caminho. Também dá para se divertir com os gadgets malucos, os momentos mirabolantes de enredo ao longo das missões e as boas atuações de Esposito e Anthony Gonzalez (que faz o filho do ditador, Diego) dão personalidade e estilo ao game.

Mas o game também tem seus contras. O mais forte de todos é com certeza os NPCs e sua inteligência artificial, que em vários momentos fazem ações totalmente irracionais e pouco naturais. Isso afeta tanto a imersão, já que causa coisas absurdas na sua frente, quanto atrapalha até mesmo no gameplay, em momentos em que você quer prever seus inimigos.

Mas há também outro fator: a franquia já sente o peso de muitos títulos no histórico, e as vezes parece fazer uma autocrítica através de seu próprio roteiro. A ilha de Yara está presa em um ciclo de ditaduras e revoluções, da mesma forma como a própria franquia Far Cry está. Isso coloca o jogo em uma mesmice que pode ter dois efeitos: se você já jogou um Far Cry e quer mais disso, não tem erro, aqui está. Mas em contrapartida se já cansou do formato, aqui não há praticamente nada que renove a franquia.

Um bom Far Cry. Não perfeito, mas bom. E também não muito diferente dos outros já feitos

Com exceção da inteligência artificial e a dirigibilidade de alguns veículos, Far Cry 6 tem uma boa execução e é satisfatório de se jogar, sendo uma boa pedida para quem gosta de destruir um governo déspota, uma incursão por vez. Caso não tenha cansado disso ainda, claro.

Prós

Belos gráficos e ambientação

Mundo aberto para explorar e consquistar

Grande variedade de armas e bugigangas

Andar, escalar, dirigir, planar e pilotar pelo mapa

Boas atuações e enredo interessante

Pets ridiculamente carismáticos

Localização excelente para o Brasil

Contras

NPCs são doidos de pedra

Algumas missões desinteressantes

Pouca inovação para a franquia

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