
Antes de mais nada, você precisa saber: Mafia: The Old Country, é um retorno às origens do primeiro jogo da série. Sim, aquele de 2022 que apresentou uma das narrativas interessantes de toda a franquia – e isso por si só já é uma ótima notícia.
O mais recente título da Hangar 13 e 2K Games, leva os jogadores para explorar as origens do crime organziado na Sicília de 1904. O game foi lançado em 8 de agosto de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, e tem como principal foco a experiência centrada na narrativa.
Será que vale a pena investir seu tempo e dinheiro em Mafia: The Old Country? Joguei, terminei, e essas são as minhas impressões sobre o jogo.
A história de Enzo Favara
A jornada de Mafia: The Old Country nos leva para 1904, na Sicília, para acompanhar a história de Enzo Favara. Ele começa como um jovem minerador em uma mina de enxofre, vendido ainda criança e condenado a uma dívida sem fim. Após um acidente na mina, ele se rebela, foge e é salvo pelos capangas de Don Bernardo Torrisi, um dos homens mais temidos e respeitados da região.
Enzo, sob a supervisão de Luca Trapani, começa a se envolver nos negócios da família Torrisi, ascendendo nos círculos do crime organizado siciliano. A narrativa explora ambição, amores, perdas e o valor da lealdade. Aqui, temos o primeiro ponto forte: a narrativa cinematográfica é excelente.
Ainda que a trama possa ser previsível em algum grau, não fugindo muito do que se vê em filmes do gênero, a história é bem contada e arrisco dizer que ela é tão poderosa quanto a do primeiro jogo.

No meu caso, levei 12 horas para fechar a história principal e me senti fisgado pela narrativa do começo ao fim. Com mais algumas horas, é possível explorar algumas (poucas) missões secundárias ou sair em busca de itens colecionáveis para “platinar” o game.
Como um bom filme, você vai se divertir passando o tempo com ele, mas provavelmente não voltará a jogá-lo já na sequência. É uma narrativa curta e rápida, que funciona bem – e com um final surpreendente.
Gameplay marca um retorno ao passado
Se a história de Mafia: The Old Country é como um vinho encorpado, daqueles um pouco mais caros, o gameplay é… um vinho mais simples, daqueles que você provavelmente usaria para fazer tempero. O foco principal está na narrativa, o que deixa a jogabilidade em segundo plano, sem muitas inovações.

O jogo não é um mundo aberto no sentido tradicional; ele é linear, guiando você do ponto A ao B. Mesmo com um mapa amplo e detalhado, a liberdade de exploração é bastante limitada durante a campanha, o que é uma pena, pois o cenário da Sicília é lindo e implora por mais atividades.
Há colecionáveis como contas de rosário, panfletos e fotos, mas buscá-los muitas vezes exige ignorar a missão principal, correndo o risco de falhar – e confesso que não me senti tão motivado a ir buscá-los apenas “porque sim”. A Hangar 13 prometeu um modo livre em uma atualização futura, o que pode melhorar essa experiência.
Combate é o ponto fraco
No combate, as coisas são básicas. Trocar tiros com pistolas, revólveres, fuzis e espingardas é legal e oferece um sistema de cobertura sólido. No entanto, as animações dos inimigos e do protagonista são simples até demais, a variedade de capangas é limitada e a IA não impressiona.

As lutas de faca começam empolgantes, com uma dinâmica de golpe rápido, lento, estocada, esquiva e aparar. No entanto, a fórmula se repete sem muita variação, tornando-se previsível e rotineira. No final, você com certeza vai estar cansado de lutas de faca, pois elas se tornam monótonas.
As açõess furtivas me lembraram jogos de uma década atrás. São simples, com padrões óbvios e uma IA que raramente te pressiona. Já a direção de veículos (carros da época e cavalos) é prazerosa e cumpre seu papel.
Os carros têm peso, exigindo antecipação nas curvas. Há uma boa variedade de modelos, incluindo de corrida. No entanto, este não é o centro da experiência como em outros jogos da série, e o jogo conta com apenas duas corridas na campanha.
Onde a Sicília ganha vida
Em se tratando de aspectos visuais, Mafia: The Old Country realmente brilha. A direção de arte é impecável. A Sicília foi recriada com uma riqueza de detalhes impressionante graças à Unreal Engine 5. As texturas são nítidas, a modelagem é convincente, e a iluminação valoriza cada pedra, madeira e tecido, criando uma sensação tátil e de época.

As ruas estreitas, fachadas gastas e vilarejos costeiros compõem um verdadeiro cartão-postal, garantindo imersão no ambiente. As paisagens são estonteantes. Mas tanta beleza prporcionada pela Unreal Engine 5 cobra o seu preço.
No entanto, o desempenho oscila – e você pode conferir mais sobre isso na análise gráfica feita pelo Diego Kerber no nosso vídeo. Mesmo com meu hardware no PC (GeForce RTX 4080 Super + Ryzen 7 7800X3D), notei pop-ins frequentes e quedas de FPS em cenas movimentadas e áreas mais povoadas.
As transições entre gameplay e cutscenes também apresentaram alguma instabilidade e jogo crashou duas vezes. É um problema comum em jogos com Unreal Engine 5 nesta geração.
A trilha sonora orquestrada é discreta, mas sustenta o clima. As atuações de voz são excelentes, e as opções de inglês, italiano e siciliano adicionam autenticidade. A falta de dublagem em português brasileiro é um ponto negativo, mas as legendas estão presentes.
Vale a pena?
Mafia: The Old Country é uma experiência peculiar. É um jogo com falhas notáveis, mas que, para mim, se tornou uma ótima experiência, muito pelo mérito da trama, que é bem construída.
A Hangar 13 entrega uma narrativa envolvente, rica em detalhes e carregada de emoção, que mantém viva a essência da franquia. A ambientação autêntica e a apresentação cinematográfica são os grandes destaques.
Apesar de suas limitações de design e de um final que me deixou com a sensação de que a história não foi finalizada de maneira eficiente, a base é boa, e o que funciona, funciona muito bem.
Porém, há que se considerar que é um jogo curto e que custa quase R$ 300 na versão para PC. Ele é caro para o que oferece e eu esperaria esse preço baixar. Definitivamente, é um jogo que você deve colocar na sua lista de desejos.
Para quem, como eu, valoriza uma boa história e a imersão profunda em um universo bem construído do crime organizado, Mafia: The Old Country é uma obra que vale a pena ser apreciada. Se a sua curiosidade pela origem da Máfia falar mais alto, você vai se divertir.
Apesar de suas limitações de design e de um final que me deixou com a sensação de que a história não foi finalizada de maneira eficiente, a base é boa, e o que funciona, funciona muito bem. É um jogo que, no fim das contas, eu vou me lembrar. E hoje em dia, em meio a tantos títulos genéricos, isso não é pouca coisa.
Narrativa envolvente do começo ao fim
A recriação da Sicília é um trabalho visual primoroso
Personagens carismáticos
Quantidade de conteúdo na medida certa
Sistema de combate simples e repetitivo
Poucas missões secundárias
Alguns problemas de otimização da Unreal Engine 5
O game Mafia: The Old Country foi gentilmente cedido pela 2K na versão para PC (Steam) para a realização desta análise.
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