Felipe Gugelmin 
Em anos recentes, a indústria de games chinesa tem se expandido para além dos jogos mobile e ganhado espaço nos consoles e no PC. E, para Shuhei Yoshida, ex-chefe da divisão PlayStation, há um motivo muito claro que fez o país ser capaz de produzir games como Genshin Impact, sem que a indústria japonesa possa acompanhar seus passos.
Em uma entrevista ao site 4Gamer, Harada afirmou que fica impressionado com a velocidade de produção das desenvolvedoras chinesas. Segundo ele, os estúdios que atuam no país têm bastante flexibilidade em fazer mudanças de equipes, e todos eles trabalham com uma rapidez incrível.
“Quando falei com representantes da miHoYo, discutimos como seria bastante difícil para os desenvolvedores japoneses fazerem games da mesma maneira que ela faz”, explicou o ex-chefe do PlayStation. “Sem mencionar os problemas legais que acompanhariam isso”, complementou.
Shuhei Yoshida destaca grandiosidade dos estúdios chineses
Sem falar diretamente sobre questões trabalhistas, Shuhei Yoshida deixou evidente que práticas atualmente vistas como negativas no Japão e nos Estados Unidos não se aplicam à China. Para ele, o país vem se destacando por conseguir contratar grandes equipes de desenvolvimento e que “trabalham por longas horas”.
Em outras palavras, a indústria local adota políticas que já foram comuns nos passados de estúdios mais consolidados. Empresas como PlayStation, Capcom, Square Enix, SNK, Nintendo e SEGA, entre diversas outras, têm um longo histórico de equipes de desenvolvimento que dormiam em escritórios durante meses para conseguir entregar seus projetos durante as décadas de 1980 e 1990.
“Claro, você nunca sabe o que pode acontecer em um futuro próximo, mas olhando o estado atual das coisas, acredito que esse é o principal fator”, explicou Harada. Em anos recentes, a prática de exigir que equipes trabalhem longas horas sem remuneração — o famoso crunch — passou a ser vista com maus olhos e abandonada por vários estúdios.
Além de Genshin Impact, outros games chineses como Black Myth: Wukong e Phantom Blade Zero tem se destacado no mercado internacional. Ao mesmo tempo, países como Coreia do Sul e o próprio Japão também têm obtido grande sucesso, que muitas vezes estão associados às suas capacidades de contar histórias com características próprias dos locais em que são produzidas.
Fonte: Eurogamer
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