Cerâmica desafia o HD com promessa de armazenamento eterno

Em um cenário onde discos rígidos e SSDs ainda dominam o mercado, uma nova tecnologia de cerâmica pode mudar completamente o conceito de armazenamento de dados. A proposta foi apresentada durante o Open Compute Project (OCP) Global Summit 2025, em San Jose, Califórnia, e chamou atenção por prometer superar qualquer HD em durabilidade e eficiência energética.

O projeto foi exibido no OCP Innovation Village, espaço dedicado a soluções que redefinem o futuro da computação, das redes e dos data centers. A mídia, feita de vidro e camadas cerâmicas, foi entregue em amostras físicas a participantes do evento — cada uma contendo uma cópia digital da Constituição dos Estados Unidos.

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Armazenamento eterno e sustentável

A inovação se baseia na ideia de que o armazenamento deve ser permanente e ecológico. O vidro fornece a base estrutural, enquanto a cerâmica garante resistência a calor, radiação e corrosão. Essa combinação cria um meio capaz de conservar dados por séculos, sem a necessidade de energia constante ou substituição de componentes, como ocorre com um HD convencional.

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Os visitantes puderam ver amostras emolduradas da mídia, chamadas de ceramic-on-glass, e acompanhar uma demonstração prática. Bastava um smartphone comum para ler e decodificar as informações, sem o uso de equipamentos especializados, tornando o acesso simples e acessível.

Uma visão de preservação e sustentabilidade

De acordo com os desenvolvedores da tecnologia, o objetivo é reduzir custos de longo prazo e o impacto ambiental do armazenamento. Como a mídia não requer refrigeração nem energia contínua, o gasto operacional e a emissão de carbono caem drasticamente. A solução pode beneficiar grandes provedores de dados, instituições científicas e arquivos digitais que lidam com volumes massivos de informação.

Enquanto discos magnéticos continuam evoluindo — como no caso dos HDDs de 40 TB que empilham 12 discos em cada unidade —, o uso de cerâmica representa uma abordagem completamente nova. Outras empresas já experimentam caminhos semelhantes, como a aposta no armazenamento cerâmico para reduzir degradação e ampliar durabilidade.

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Entre a promessa e o desafio

Apesar do entusiasmo, a tecnologia ainda precisa provar sua viabilidade em escala comercial. Questões como produção em massa, capacidade de armazenamento e custo permanecem em aberto. O protótipo apresentado no evento comporta apenas alguns gigabytes, servindo mais como um demonstrador técnico do que um produto final.

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Mesmo assim, especialistas apontam que a união entre cerâmica e vidro pode inaugurar uma nova era de armazenamento permanente, especialmente em aplicações que exigem segurança de longo prazo — como bancos de dados científicos, arquivos históricos e sistemas de inteligência artificial.

Um novo marco no OCP Summit

A Open Compute Project Foundation, responsável pelo evento, destacou que o avanço chega em um momento crucial, em que a inteligência artificial demanda volumes cada vez maiores de dados. Segundo o vice-presidente de Inovação da OCP, James Kelly, “a explosão da IA exige novas abordagens de armazenamento, e a mídia cerâmica é um vislumbre do futuro dos data centers”.

Os visitantes do OCP Summit saíram com uma lembrança simbólica — e possivelmente histórica. Cada amostra representava não apenas um avanço técnico, mas uma mudança de paradigma: um pedaço de cerâmica que pode guardar o conhecimento humano por séculos, enquanto os HDs se tornam peças de museu.

Fonte: TechRadar

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