
A NVIDIA confirmou nesta segunda (29) a conclusão de um investimento histórico de US$ 5 bilhões (aproximadamente R$ 27,9 bilhões) para salvar a Intel, oficializando uma das alianças mais inesperadas e estratégicas da indústria de semicondutores.
A transação, que recebeu o aval da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) em meados de dezembro, oferece um fôlego financeiro vital para a gigante dos processadores x86 e marca o início de uma colaboração técnica profunda entre as duas empresas para enfrentar o domínio da AMD e a concorrência asiática — principalmente em APUs de alto desempenho, eficiência energética e soluções integradas para notebooks e Data Centers.
Detalhes da operação bilionária
De acordo com documentos regulatórios da FTC, a operação envolveu a aquisição de mais de 214,7 milhões de ações ordinárias da Intel, com o preço fixado em US$ 23,28 por papel.

O acordo mantém os termos anunciados originalmente em setembro, assegurando à NVIDIA uma participação acionária relevante, mas sem controle majoritário, o que facilitou a aprovação pelas leis antitruste americanas.
Para a Intel, o aporte funciona como uma verdadeira “apólice de seguro”
A empresa, que enfrentou trimestres turbulentos em 2024 e 2025 devido a decisões estratégicas questionáveis e altos custos de fabricação, ganha liquidez imediata para estabilizar suas operações de fundição (Intel Foundry) e acelerar o desenvolvimento de novas litografias.
A era dos “Superchips”: projeto Serpent Lake?
O aspecto mais empolgante para entusiastas de hardware e PC Games não está nos gráficos financeiros, mas na tecnologia que deve nascer dessa união.
O acordo prevê um co-design inédito entre as companhias, visando integrar a arquitetura de processadores da Intel com as poderosas unidades gráficas (GPUs) da NVIDIA.

Rumores recentes apontam para o desenvolvimento de um chip codenomeado “Serpent Lake”. Especula-se que esse SoC (System on a Chip) combinaria núcleos de CPU de próxima geração da Intel com a arquitetura gráfica Blackwell ou Rubin da NVIDIA.
O objetivo seria criar uma resposta devastadora aos APUs de alto desempenho da AMD, dominando tanto o mercado de notebooks gamer ultrafinos quanto servidores de inteligência artificial.
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Reação do mercado
Apesar da magnitude do anúncio, a reação imediata nas bolsas foi contida, indicando que o mercado já havia precificado o movimento desde setembro. Afinal, o aporte, isoladamente, não resolve os problemas estruturais da Intel, mas compra tempo, preserva a Intel Foundry e cria incentivos técnicos que podem gerar retorno estratégico no médio e longo prazo.
As ações da NVIDIA, que hoje ostenta o título de empresa mais valiosa do mundo, recuaram cerca de 1,6% no dia, enquanto a Intel registrou ganhos modestos. Analistas veem a estabilidade como um sinal positivo de que o “socorro” foi bem recebido pelos investidores institucionais.
Este movimento reconfigura o tabuleiro da tecnologia global. Se antes Intel e NVIDIA disputavam espaço no ecossistema de PCs e servidores (cada uma tentando ampliar seu controle sobre a plataforma computacional) agora operam em simbiose sob a bênção do governo americano, unidos pela necessidade de manter a hegemonia do silício no ocidente.
Desta maneira, a AMD passa a ser a principal variável de resposta em um jogo que agora se redesenha em torno de plataformas completas, e não somente de chips isolados.
Fonte: Reuters
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