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🔥Vai pegar fogo

O que é cooler? Veja tipos e saiba qual é a função dele no PC

Entenda como a refrigeração mantém desempenho, estabilidade e vida útil do computador e escolha o sistema térmico ideal para o seu setup.

O que é cooler? Veja tipos e saiba qual é a função dele no PC
Créditos: Reprodução/DALL-E

Controlar a temperatura interna é uma das tarefas mais importantes dentro de qualquer computador, independentemente de ser um PC de entrada, um notebook ou uma máquina voltada para jogos.

Mas com a popularização de diferentes sistemas a ar, líquidos e estruturas híbridas, entender como cada tecnologia lida com o calor ajuda a escolher soluções mais eficientes para diferentes tipos de uso.

A função do cooler é impedir que o calor acumulado prejudique o desempenho, cause travamentos ou desgaste prematuro dos componentes.

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O que é e para que servem coolers?

Coolers são dispositivos de refrigeração ativa, compostos por ventoinhas e estruturas metálicas que retiram o calor gerado pelos componentes do computador. Eles movimentam o ar quente para fora do gabinete e ajudam a manter temperaturas estáveis em processadores, placas de vídeo, SSDs, VRMs e fonte de alimentação.

Reprodução/Cooler Master

A função central é impedir que o calor acumulado afete o funcionamento do sistema. Em cargas mais altas, como jogos, edição de vídeo ou tarefas que exigem processamento constante, os chips trabalham com mais energia e tendem a aquecer rapidamente.

Um cooler adequado diminui esse impacto e mantém o computador operando dentro da faixa térmica planejada pelo fabricante.

Dentro de um computador, a refrigeração é tratada como parte estrutural do desempenho, e não como acessório

Quais são as fontes de calor no seu computador?

Dentro de um PC, praticamente todo componente ativo gera calor enquanto trabalha.

Isso acontece porque a movimentação de corrente elétrica provoca resistência nos materiais, e essa resistência se transforma em energia térmica. Quanto maior a demanda de processamento, maior o aquecimento.

As principais fontes de calor são:

  • Processador (CPU), que executa milhões de operações por segundo e concentra parte significativa da carga térmica do sistema.
  • Placa de vídeo (GPU), principalmente em jogos e aplicações 3D, onde os núcleos gráficos trabalham continuamente.
  • Reguladores de tensão (VRMs), responsáveis por estabilizar a energia entregue à CPU e GPU, aquecendo de forma intensa em placas-mãe mais simples.
  • SSDs NVMe, que atingem altas temperaturas devido às velocidades elevadas de leitura e gravação.
  • Fonte de alimentação, que converte energia e dissipa calor enquanto opera.
  • Chipsets e módulos de memória, que esquentam em cargas prolongadas.

Todo esse conjunto cria um ambiente onde o calor precisa ser direcionado, removido e redistribuído de maneira eficiente. Sem a refrigeração adequada, o gabinete funciona como uma “câmara térmica” que acumula energia sem capacidade de dissipação.

Quais os efeitos do calor no seu computador?

Quando a temperatura interna sobe além do esperado, o PC reage de maneiras diferentes para tentar preservar o hardware. Algumas delas são imediatas; outras aparecem com o passar do tempo e comprometem a integridade do sistema.

Entre os efeitos mais comuns estão:

  • Thermal throttling, processo no qual a CPU ou a GPU reduz a própria velocidade para evitar danos físicos.
  • Travamentos e quedas de desempenho, que acontecem quando o componente não consegue completar operações com estabilidade.
  • Danos estruturais aos chips, resultado do ciclo repetitivo de expansão e contração dos materiais durante aquecimento e resfriamento.
  • Redução de vida útil de SSDs e módulos de memória, que sofrem mais quando operam no limite térmico.
  • Temperaturas irregulares dentro do gabinete, que prejudicam a eficiência de todos os outros sistemas de ventilação.

Com o passar dos anos, esses fatores podem levar a falhas repentinas, perda de dados e problemas de instabilidade que parecem aleatórios, mas têm origem térmica.

Temperaturas ideais e limites para cada componente do PC

Temperatura é um dos fatores que mais influenciam o desempenho e a vida útil de um computador. Afinal, todo componente tem uma faixa térmica segura definida pelo fabricante. Quando esses limites são ultrapassados, o sistema entra em mecanismos de proteção, reduz desempenho ou até desliga para evitar danos.

Além disso, diferentes tecnologias e arquiteturas apresentam variações naturais: CPUs mais novas operam com picos maiores, GPUs modernas toleram calor por mais tempo e SSDs NVMe podem perder desempenho bem antes de atingirem temperaturas críticas.

A seguir, um guia para entender até onde cada peça pode ir com segurança:

Faixas gerais de operação, zona segura, zona de atenção e limite crítico

ComponenteTemperatura ideal (uso leve)Temperatura segura (jogos/carga)Zona de atençãoLimite crítico / risco
CPU (processadores Intel/AMD)35–55 °C60–75 °C80–90 °C95–105 °C
GPU (placas de vídeo)40–55 °C65–80 °C85–90 °C92–100 °C
SSDs NVMe M.230–45 °C50–65 °C70–75 °C80–90 °C (throttling imediato)
VRMs da placa-mãe40–60 °C60–80 °C90–100 °C105 °C+
Chipset40–55 °C55–70 °C75–80 °C85–90 °C
Memória RAM (DDR4/DDR5)30–45 °C45–55 °C60–70 °C80 °C+
Fonte de alimentação (PSU)30–45 °C45–60 °C65–70 °C80 °C+

Como interpretar cada faixa?

Temperatura ideal

É a zona onde o componente opera com total estabilidade e desgaste mínimo. PCs bem ventilados costumam permanecer aqui em tarefas leves.

Temperatura segura

Faixa normal durante jogos, renderização ou cargas mais pesadas. Não causa danos e está dentro do comportamento esperado.

Zona de atenção

Indica que a refrigeração pode estar insuficiente. Aqui começam sinais de:

  • Perda de desempenho
  • Ventoinhas rodando no máximo
  • Thermal throttling ocasional
  • Ruído elevado
  • Instabilidade durante longas sessões

Limite crítico

Temperatura onde o risco de danos aumenta e o processador ou GPU ativa throttling agressivo ou até desliga o sistema automaticamente.

Notas importantes sobre comportamento térmico

  • CPUs modernas podem atingir 95 °C em picos curtos, principalmente modelos Intel de 13ª/14ª geração e Ryzen 7000. Isso não é necessariamente falha.
  • GPUs da linha RTX 30/40 e AMD RX 6000/7000 estão projetadas para suportar até 100 °C no hotspot.
  • SSDs NVMe reduzem velocidade automaticamente acima de 70 °C, mesmo que a operação continue “segura”.
  • VRMs mal refrigerados impactam diretamente na estabilidade da CPU, principalmente em overclock.
  • Fontes de alimentação são mais sensíveis ao calor prolongado e podem sofrer degradação interna com o tempo.

Quais são as leis da termodinâmica envolvidas?

O comportamento térmico dentro de um computador segue princípios físicos bem conhecidos. Eles explicam por que dissipadores funcionam, por que certos materiais são usados e por que a circulação de ar é tão relevante para manter o sistema estável.

As três bases envolvidas na refrigeração são:

  • Condução térmica: o calor sai diretamente do chip e passa para o dissipador metálico em contato com ele. Materiais como cobre e alumínio são usados porque transportam calor com mais eficiência.
  • Convecção: o ar quente se desloca naturalmente para regiões mais frias. É esse fenômeno que permite que ventoinhas acelerem a troca de calor ao moverem ar frio para perto do dissipador.
  • Radiação: parte da energia térmica se dispersa pelo ambiente em forma de ondas infravermelhas, embora seja a etapa menos significativa no contexto de PCs.

Sistemas modernos combinam condução e convecção para remover o calor do processador o mais rápido possível.

Câmaras de vapor e heatpipes existem justamente porque aceleram esse processo ao mudar o estado de um fluido interno, o que distribui calor de forma uniforme antes da troca com o ar.

Como medir a temperatura do seu PC

A única forma de avaliar se a refrigeração está funcionando corretamente é monitorar as temperaturas em tempo real.

Para isso, existem softwares que leem os sensores internos da CPU, GPU, SSDs, VRMs e até da placa-mãe. Eles mostram como o sistema reage em diferentes tipos de uso e ajudam a identificar gargalos térmicos, ventoinhas mal configuradas ou problemas na circulação de ar.

Os sensores ficam integrados aos próprios componentes, e as leituras são fornecidas por meio de protocolos específicos da placa-mãe. Os dados variam conforme a carga, o tipo de aplicativo e o ambiente, por isso é importante acompanhar temperaturas em repouso e em uso intenso.

Reprodução/HWMonitor

Softwares mais usados

  • HWMonitor
    Exibe temperaturas, voltagens e rotações de ventoinhas em tempo real. É um dos programas mais completos para análise geral do sistema.
  • HWiNFO
    Muito detalhado, traz leituras específicas como hotspot da GPU e temperatura dos VRMs. Ideal para quem quer acompanhar tudo com precisão.
  • MSI Afterburner
    Excelente para monitorar GPU. Permite exibir a temperatura na tela durante jogos e ajustar curvas de ventoinha.
  • CPU-Z + GPU-Z
    Mostram informações técnicas e leituras básicas de temperatura para CPU e placa de vídeo.
  • CrystalDiskInfo
    Focado em unidades de armazenamento, mostra temperatura dos SSDs e indica quando há risco de throttling térmico.
  • Software oficial de cada fabricante
    Intel XTU, AMD Adrenalin, ASUS Armoury Crate, Gigabyte Control Center e MSI Center trazem monitoramento integrado e opções de controle específicas para suas placas e CPUs.

Equipamentos físicos (opcionais)

  • Termômetro infravermelho
    Útil para identificar pontos quentes no gabinete, radiador ou backplate da GPU.
  • Controladores de fan com visor
    Alguns gabinetes permitem instalar controladores dedicados que exibem temperaturas em tempo real e permitem ajustar ventoinhas manualmente.

Como testar de forma confiável

  1. Meça em repouso: veja se as temperaturas ficam dentro da faixa natural (CPU entre 35–55 °C é comum).
  2. Coloque carga pesada por alguns minutos: jogos, exportação de vídeo ou testes sintéticos como Cinebench, 3DMark e FurMark revelam o comportamento térmico real.
  3. Observe quedas bruscas de desempenho: se a CPU ou GPU reduzir a velocidade repentinamente, é sinal de thermal throttling.
  4. Verifique a estabilidade do gabinete: temperaturas internas subindo rápido podem indicar falta de fluxo de ar ou filtros entupidos.

O que observar nos resultados

  • Se o PC bate os “limites críticos” com facilidade.
  • Se o cooler faz muito esforço para estabilizar a temperatura.
  • Se o gabinete retém ar quente.
  • Se SSDs NVMe passam dos 70 °C em uso longo.
  • Se a GPU apresenta hotspot acima de 100 °C.

Monitorar o comportamento térmico ao longo do tempo ajuda a perceber quando é hora de trocar pasta térmica, reorganizar ventoinhas ou melhorar o sistema de refrigeração.

Quais são os tipos de cooler?

A refrigeração evoluiu para atender diferentes níveis de desempenho, tamanhos de gabinete e necessidades de cada componente. Hoje, os sistemas mais comuns são air coolers, water coolers e modelos baseados em heatpipes ou câmaras de vapor, além de soluções específicas para SSDs e placas de vídeo.

Air cooler

É o tipo mais presente nos computadores domésticos. Ele combina um dissipador metálico com uma ou mais ventoinhas.

O dissipador absorve o calor da CPU, enquanto as ventoinhas movimentam o ar ao redor das aletas para acelerar a troca térmica. Existem variantes simples, como os modelos inclusos em CPUs de entrada, e versões maiores, que utilizam múltiplos heatpipes e ventoinhas mais robustas.

Reprodução/Noctua

No uso prático, o air cooler funciona em um fluxo constante: o ar frio é empurrado para dentro do dissipador e o ar quente é expulso do outro lado. É uma solução eficiente para a maioria dos usuários, desde que o gabinete tenha boa circulação de ar.

Water cooler

O water cooler usa um líquido refrigerante para transportar calor da CPU até um radiador, onde ventoinhas resfriam o fluido. Ele é composto por:

  • Bloco com bomba acoplada
  • Tubulação selada
  • Radiador (120, 240, 360 mm, dependendo do modelo)
  • Ventoinhas
Reprodução/Cooler Master

Líquidos conseguem absorver calor com mais eficiência do que o ar, o que torna essa categoria indicada para processadores exigentes, overclock e setups que precisam de operação mais silenciosa.

Além disso, alguns radiadores ajudam indiretamente no resfriamento dos VRMs da placa-mãe.

Heatpipe e câmaras de vapor

Os heatpipes são tubos metálicos selados com um fluido interno que evapora ao receber calor, se move para a região fria e condensa, reiniciando o ciclo. Eles estão presentes em coolers a ar e também em placas de vídeo e notebooks.

As câmaras de vapor são uma evolução desse conceito, distribuindo o calor de forma mais uniforme em uma superfície maior. Por isso, aparecem em GPUs modernas, consoles e dissipadores premium.

Reprodução/Sinda Térmica

Cooler M.2

Com o aumento da velocidade dos SSDs NVMe, surgiram coolers dedicados para evitar perda de desempenho. Eles podem ser:

  • Passivos, formados por um bloco metálico em contato direto com o SSD
  • Ativos, que acrescentam uma ventoinha para reforçar o fluxo de ar

Temperaturas mais baixas evitam quedas de velocidade durante longas transferências de dados.

Reprodução/Martview

Coolers de gabinete

São ventoinhas instaladas no gabinete para movimentar o ar interno. Elas criam um fluxo que impulsiona ar frio para dentro e expele o ar quente acumulado. A eficiência de qualquer cooler depende diretamente do arranjo dessas ventoinhas.

Cooler para placa de vídeo

As GPUs usam sistemas próprios de refrigeração, que variam entre:

  • Ventoinhas duplas ou triplas
  • Design blower
  • Câmaras de vapor
  • Estruturas com heatpipes múltiplos

Como placas de vídeo são alguns dos componentes mais quentes do PC, um bom sistema de circulação de ar no gabinete impacta diretamente no desempenho da GPU.

Refrigeração com nitrogênio líquido

A refrigeração com nitrogênio líquido é um método extremo usado quase exclusivamente em competições de overclock, testes laboratoriais e demonstrações técnicas.

O processo consiste em aplicar nitrogênio líquido a –196 °C sobre um recipiente metálico acoplado ao processador. O objetivo é reduzir a temperatura de forma drástica para permitir frequências muito acima das especificações normais de operação.

Tal sistema exige equipamentos específicos, como o pot (um cilindro metálico instalado diretamente sobre a CPU). Ele funciona como uma câmara onde o nitrogênio é despejado manualmente. Conforme evapora, o líquido absorve quantidades massivas de calor e mantém o chip em temperaturas negativas durante toda a sessão de testes.

Reprodução/BR-OCTeam

Apesar da eficiência, não é uma solução para uso diário. O método:

  • depende de manuseio constante do líquido
  • consome grandes quantidades de nitrogênio
  • apresenta risco de condensação e formação de gelo ao redor dos componentes
  • requer isolamento térmico para evitar curto-circuitos
  • não pode operar sem supervisão contínua

Por isso, permanece restrito ao ambiente de overclock competitivo, onde o objetivo é atingir recordes de desempenho e explorar limites de arquitetura, e não estabilidade ou durabilidade.

A diferença entre os tipos de cooler

Para facilitar a comparação, a tabela abaixo reúne pontos fortes e limitações de cada categoria:

Tipo de coolerComo funcionaVantagensDesvantagens
Air coolerDissipador metálico com ventoinhas que empurram ar frio para as aletasPreço acessível, instalação simples, baixa manutenção, boa durabilidadePode gerar mais ruído, eficiência limitada em processadores de alta potência, depende muito da circulação do gabinete
Water cooler (AIO)Líquido transporta o calor até o radiador, onde ventoinhas resfriam o fluidoÓtimo desempenho, operação mais silenciosa, indicado para uso intenso ou overclockInstalação mais trabalhosa, custo elevado, possibilidade de falha da bomba ao longo dos anos
Water cooler customSistema montado peça por peça, com tubulação rígida ou flexível e reservatórioEficiência máxima, estética personalizável, excelente para projetos avançadosAlto custo, montagem complexa, manutenção periódica
Heatpipe / câmara de vaporFluido interno evapora, se move pelo tubo e condensa para reiniciar o cicloTransferência térmica mais rápida, distribuição uniforme de calor, boa performance em GPUs e dissipadores premiumCusto maior que air coolers simples, depende da ventoinha para completar o ciclo
Cooler M.2Bloco metálico (passivo) ou bloco + ventoinha (ativo) sobre o SSDReduz perda de desempenho em longas transferências, modelos compactosModelos ativos podem gerar ruído, compatibilidade depende da placa-mãe
Cooler de gabineteVentoinhas que movimentam o ar dentro do gabineteMelhora o fluxo térmico geral, auxilia todos os outros coolersEficiência depende do layout do gabinete e da direção do fluxo de ar

Como a circulação do calor interfere no gabinete?

O gabinete funciona como o “ecossistema térmico” do computador. Mesmo com um bom cooler no processador ou na placa de vídeo, tudo depende de como o ar circula dentro da estrutura. Sem fluxo adequado, o ar quente fica preso e cria pontos de calor que prejudicam o desempenho.

A movimentação térmica acontece de três maneiras principais:

  • Entrada de ar frio: ventoinhas frontais ou inferiores trazem ar fresco para dentro do gabinete.
  • Remoção de ar quente: ventoinhas traseiras e superiores expulsam o ar quente acumulado.
  • Pressões positiva e negativa: o equilíbrio entre ventoinhas de entrada e saída define se o gabinete terá mais ar sendo puxado para dentro ou mais ar sendo expelido. A pressão ligeiramente positiva costuma ajudar a reduzir poeira e estabiliza a temperatura interna.

Quando o fluxo interno está bem planejado, o cooler da CPU e da GPU trabalham com mais eficiência.

Mas, em gabinetes pequenos ou mal ventilados, o ar quente pode ficar preso ao redor das peças, causando aumento constante das temperaturas. Isso gera comportamentos como ventoinhas no máximo, queda de performance ou instabilidade térmica durante o uso prolongado.

Reprodução/Corsair

Framework de circulação de ar ideal para gabinetes

Princípio geral

Todo fluxo eficiente segue a lógica:
Ar frio entra pela frente / baixo → ar quente sai por trás / topo.

Esse padrão aproveita a convecção natural (ar quente sobe) e reduz turbulência.

Estrutura base recomendada (configuração universal)

Entrada (intake)

  • 2 a 3 ventoinhas frontais puxando ar frio para dentro.
  • 1 ventoinha inferior (se houver espaço) reforçando o fluxo para GPU.

Saída (exhaust)

  • 1 ventoinha traseira, na altura da CPU.
  • 1 ventoinha superior, próximo ao radiador ou acima da GPU.

A distribuição cria um túnel de ar linear, reduz pontos quentes e facilita que CPU e GPU recebam ar mais frio antes dos demais componentes.

Estrutura avançada (gabinetes maiores)

Entrada

  • 3 ventoinhas de 120 mm ou 2 de 140 mm na parte frontal.
  • Opcional: 1 ventoinha inferior (excelente para placas de vídeo topo de linha).

Saída

  • 1 ventoinha traseira 120 mm.
  • 2 ventoinhas superiores (especialmente útil com water cooler 240/360 mm).

Configuração recomendada:
3 frontais + 1 inferior (entrada) / 1 traseira + 2 superiores (saída).

Pressão do ar: qual é a ideal?

Pressão positiva (entrada > saída)

Recomendada para 95% dos setups.
Benefícios:

  • Reduz entrada de poeira pelas frestas.
  • Mantém ar mais frio entrando constantemente.
  • Estabiliza temperaturas internas.

Pressão negativa (saída > entrada)

Só faz sentido em gabinetes com:

  • Muitas telas laterais abertas
  • Radiadores grandes no topo
  • GPUs extremamente quentes
    Pode gerar mais poeira e demanda limpeza frequente.

Pressão neutra (equilibrada)

Boa, mas menos previsível. Temperaturas dependem do design do gabinete.

Orientação das ventoinhas (regra universal)

Ventoinha soprar → lado com a armação em formato de “colmeia”
Ventoinha puxar → lado aberto (sem estrutura).

Isso evita erros de montagem que quebram todo o fluxo de ar.


Framework de decisão rápida: escolha sua configuração

Setup 1: PC de entrada (sem GPU forte)

  • 2 frontais (entrada)
  • 1 traseira (saída)
    Pressão: levemente positiva

Setup 2: PC gamer intermediário

  • 3 frontais
  • 1 traseira
  • 1 superior
    Pressão: positiva / equilibrada

Setup 3: PC gamer high-end + GPU quente

  • 3 frontais
  • 1 inferior
  • 1 traseira
  • 2 superiores
    Pressão: positiva forte

Setup 4: Water cooler 240/360 mm no topo

  • Radiador + ventoinhas no topo (saída)
  • 3 frontais (entrada)
  • 1 traseira (saída)
    Pressão: equilibrada ou positiva

Setup 5: Gabinete pequeno (micro-ATX / mini-ITX)

  • 2 frontais
  • 1 traseira
    Pressão: positiva e fluxo bem direto

Regras de ouro

  1. Entrada sempre maior ou igual à saída.
  2. Sempre priorizar ventoinhas de maior diâmetro (140 mm > 120 mm).
  3. Radiador superior sempre como saída.
  4. Fonte deve puxar ar de baixo e expulsar para fora do gabinete.
  5. Evitar ventoinha lateral que cruze o fluxo do ar.

Check-list final (para validar qualquer setup)

◽O ar frio entra pela frente/baixo?

◽O ar quente sai pelo topo/traseira?

◽Há caminhos livres ou há obstrução por cabos/HDs?

◽A pressão está ligeiramente positiva?

◽Há pelo menos 2 entradas e 1 saída?

◽A GPU recebe ar fresco direto?

ObjetivoConfiguração recomendadaResultado esperado
Fluxo idealFrente (entrada), topo e traseira (saída)Ar quente expulso rapidamente
Pressão interna60–70% ventoinhas de entrada / 30–40% de saídaMenos poeira e ar mais frio entrando
Entrada eficiente2–3 ventoinhas frontais + 1 inferiorGPU recebe ar fresco de forma constante
Saída eficiente1 traseira + 1–2 superioresEvita acúmulo de calor no topo
Com water coolerRadiador no topo expelindo arEstabilidade térmica durante carga pesada
Cabos e obstruçõesOrganização atrás da placa-mãeMenos turbulência, fluxo mais linear
Gabinetes pequenos2 frontais + 1 traseiraPressão positiva estável

Como escolher a melhor opção de cooler para o seu setup?

A decisão entre um air cooler, um water cooler ou um sistema híbrido depende do tipo de uso, do espaço disponível no gabinete, do ruído tolerado e da quantidade de calor que o hardware produz. O primeiro passo é entender o TDP (potência térmica) do processador e a capacidade do gabinete de movimentar ar de forma eficiente.

Para máquinas de uso geral, um air cooler de médio porte costuma ser suficiente. Em cenários mais exigentes, como jogos competitivos ou edição de vídeo, o water cooler all-in-one traz estabilidade maior em cargas longas.

Já quem trabalha com overclock ou pretende montar um PC com múltiplos componentes quentes deve considerar modelos robustos, com câmaras de vapor ou radiadores de grande área.

Outro ponto decisivo é a compatibilidade física. Gabinetes compactos limitam a altura de air coolers e o espaço para radiadores. É importante verificar medidas e observar se o fluxo de ar interno acompanha a demanda térmica. A escolha correta combina desempenho, silêncio e espaço, sem sacrificar a circulação de ar.

Dicas de manutenção

Mesmo com o cooler certo, o desempenho térmico depende da manutenção regular. Poeira acumulada nos filtros e nas ventoinhas reduz o fluxo de ar e aumenta a temperatura natural do gabinete. O ideal é limpar filtros a cada duas ou três semanas e revisar ventoinhas trimestralmente.

Outro cuidado é a pasta térmica, responsável por preencher microespaços entre o processador e o dissipador. Ela perde eficiência com o tempo e deve ser renovada, em média, a cada um ou dois anos, dependendo da carga térmica diária. Para sistemas líquidos, vale observar ruídos incomuns ou bombeamento irregular, pois podem indicar desgaste da bomba.

As ventoinhas também exigem atenção. Caso apresentem vibração, ruído ou dificuldade para partir, podem sinalizar desgaste no rolamento. Manter o gabinete organizado e livre de cabos bloqueando o fluxo de ar ajuda a evitar esforço desnecessário para o cooler trabalhar.

AçãoQuando fazerComo executarPor que é importante
Limpeza dos filtros de poeiraA cada 2 a 3 semanasRetirar filtros, lavar com água corrente, secar e recolocarEvita bloqueio de ar e elevação gradual da temperatura
Limpeza das ventoinhasA cada 2 a 3 mesesUsar pincel e ar comprimido, mantendo a ventoinha imobilizadaReduz ruído e melhora a eficiência do fluxo de ar
Reaplicação da pasta térmicaA cada 1 a 2 anosRemover dissipador, limpar com álcool isopropílico e aplicar camada finaMelhora o contato térmico entre CPU e dissipador
Verificação da pressão dos cabosApós qualquer upgrade ou limpezaOrganizar fiação atrás da placa-mãe usando zip tiesEvita turbulência e melhora o fluxo interno
Checagem de ventoinhas lentas ou ruidosasSempre que ouvir barulho incomumTestar rotações via BIOS ou software (MSI Afterburner, HWiNFO)Identifica desgaste do rolamento antes de falhas
Monitoramento periódico de temperatura1 vez por mês ou após mudanças no sistemaUsar HWMonitor, HWiNFO ou Afterburner em carga leve e pesadaDetecta throttling, zonas quentes e problemas de circulação
Inspeção do water coolerA cada 6 mesesOuvir a bomba, verificar mangueiras e conferir vibraçõesDetecta falha de bomba e problemas de fluxo de líquido
Limpeza do radiador (water cooler)A cada 3 a 4 mesesRemover poeira com ar comprimido ou pincel macioMantém troca térmica eficiente

Resumo do que deve ser feito:

  • ◽ Limpar filtros de poeira regularmente
  • ◽ Remover sujeira das ventoinhas
  • ◽ Reaplicar pasta térmica em ciclos anuais
  • ◽ Checar tensões e rotações das fans
  • ◽ Monitorar temperaturas com software
  • ◽ Verificar ruídos estranhos em bomba ou ventoinhas
  • ◽ Organizar cabos para evitar bloqueios
  • ◽ Manter radiadores livres de poeira

Quando o ar flui bem, todo o sistema agradece

A refrigeração é uma parte invisível do computador, mas está presente em cada decisão de desempenho, estabilidade e vida útil. Entender como o calor se comporta, quais tecnologias lidam melhor com ele e como o gabinete participa desse processo transforma a experiência de uso.

Com um cooler dimensionado para a sua máquina e uma circulação de ar eficiente, o PC trabalha com tranquilidade, mesmo sob carga, e mantém seu potencial máximo por muitos anos.

Fonte: Crucial, Kingston, Intel, Webopedia e US Departament of Energy

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