Saber qual peça é melhor dar um upgrade primeiro é uma das perguntas mais comuns que surgem no chat das lives e também nos posts do Adrena. A dúvida normalmente gira em: “qual atualizo primeiro, o processador ou a placa de vídeo?”. Será que meu Core i5 antiguinho segura uma RTX/RX mais moderna? Ou será que primeiro troco o CPU e depois compro uma placa melhor? Vai gargalar?
Já tratamos desse balanço entre CPU e GPU neste vídeo conversando sobre gargalo de hardware, mas neste artigo aqui vamos responder mais diretamente como o upgrade de processador ou de placa de vídeo impactam no desempenho do seu PC. E a triste verdade é que a resposta é um sempre anticlimático “varia”.
Processador e Placa de vídeo em games
O primeiro conceito importante de entender é que seus games são rodados pela dobradinha do processador e da placa de vídeo. Em um cenário que você tem memória o bastante, tanto RAM quanto VRAM, a taxa de quadros na sua tela será a junção do tempo que o processador e a placa de vídeo levam para fazer cada quadro. Então ambos importam igualmente no resultado final.
A criação de quadros segue uma lógica parecida com o gráfico abaixo:
O processador faz seu trabalho, manda para a placa de vídeo. Enquanto a placa de vídeo está fazendo o quadro, começa o trabalho para o próximo quadro, algo chamado draw calls. Nesse cenário que estamos mostrando, a placa de vídeo termina a produção de um quadro mais rápido do que o processador termina seu trabalho para o próximo, o que gera o famigerado gargalo de CPU: a placa de vídeo não chega a 100% de uso por ficar ociosa.
O tempo que cada componente vai levar varia muito da performance desses componentes e também do tipo de jogo. Os mesmos hardwares, no gráfico acima, podem mostrar barras bem diferentes em outro jogo, com o processador levando muito menos tempo que a placa de vídeo, por exemplo. Ou mesmo mudar a qualidade gráfica pode fazer o tempo de render da GPU se tornar muito maior que o tempo do processador.
Então a dica número 1 é: veja se o game que você quer jogar mostra para você o tempo de processador e de placa de vídeo. Especialmente os games competitivos, como é o caso do COD: Warzone e do Rainbow Six Siege, tem dado a opção de receber a informação do tempo de CPU e GPU. Aí não tem erro: é só ver quem é o mais lento e trocar essa peça. Assim você terá o máximo de efetividade no seu upgrade.
E como eu faço se o jogo não mostra isso? Tem um truque bem simples: diminua o trabalho da placa de vídeo. Isso é possível baixando a qualidade gráfica do game a resolução. É colocar tudo no mínimo e usar escala de resolução, e se nem no 720p mínimo a taxa de quadros sobe, é sinal que seu processador não consegue entregar o trabalho rápido o bastante para uma taxa de quadros superior, e é melhor começar pelo CPU o seu upgrade.
Mas tem momentos que só atualizar um não é o bastante. Fizemos um teste com uma bancada baseada em Core i5-4570 + 2x8GB RAM 2133MHz + GeForce GTX 970. Tanto a CPU quanto a GPU precisavam de em torno de 12ms para fazer o quadro, então baixar a qualidade gráfica não trazia praticamente nenhum ganho perceptível.
Fizemos um upgrade com uma RTX 3060, modelo ROG Strix, e tivemos praticamente zero benefício: o jogo seguiu na casa dos 70 a 100fps, com a placa agora terminando o trabalho em 4ms, mas ficando muito ociosa enquanto esperava o processador seguir sua luta de 10 a 12ms para terminar seu trabalho. Mas o upgrade não foi inútil: com tanta performance sobrando, deu para colocar o jogo em Quad HD e qualidade alta e continuar jogando nessa taxa de quadros. Então aqui fica um fator importante: se você não está conseguindo por a qualidade gráfica que gostaria, a placa de vídeo é a prioridade para o upgrade.
Trocamos agora o processador, colocando um AMD Ryzen 7 5800X3D com a GTX 970. E aí aconteceu algo interessante: começamos a ter picos de 140fps em alguns trechos em que o gameplay estava mais leve para ser renderizado pela placa de vídeo, como em partes internas do mapa. Quando vamos para campo aberto, aí volta a cair para os 70~80fps de antes. E aí temos uma conclusão relevante: placa de vídeo é importante para altas taxas de quadro, mas elas só vão acontecer se o seu processador tiver desempenho para alcançá-las. Então se seu foco é em muitos FPS, esteja pronto para caprichar no processador, além da placa de vídeo.
Mas como cada game vai interagir de forma diferente, fizemos uma bateria de testes para ver o diferente comportamento em diferentes games. As combinações incluem:
Bancadas de processadores:
– Intel Core i5-4570: https://bit.ly/3py1x2o
– 2x8GB HyperX Beast DDR3 @2133MHz
– Z97 MSI Gaming 9 AC
– 2x SSD Kingston 1TB SATA KC600: https://bit.ly/3PJm27e
– Cooler Master M2 Silent Pro 720W
– Bancada aberta
– AMD Ryzen 9 5900X: https://bit.ly/3RdzEsz
– Sistema de refrigeração CM MasterLiquid ML360 V2 RGB: https://bit.ly/3AyJtf5
– 2x16GB DDR4 @3200MHz: https://bit.ly/3PzuK7W
– SSD Kingston KC2500 250GB + 2TB
– Fonte de energia CM v1300W Platinum
– Gabinete CM MasterFrame 700 Personalizado
Placas de vídeo:
– Gigabyte GeForce GTX 970 Windforce
– ASUS ROG Strix RTX 3060 OC Edition: https://bit.ly/3oN0j2S
Assassin’s Creed Valhalla foi bastante claro o garglo em placa de vídeo. Para a qualidade 1080p e ultra o jogo precisa de muita placa de vídeo, então baixar a qualidade gráfica pode dar uns quadros, mas o upgrade com uma RTX 3060 já fez até o Core i5, que dá conta de entregar quadros em uma frequência de 70 por segundo, aumentar bastante a performance do sistema no benchmark.
Rainbow Six Siege mostra a situação do Warzone: se quer mesmo mais quadros, precisa gastar com ambos os componentes. Mas curiosamente o upgrade de processador apenas não resolveu nada: a performance só começa a subir com uma placa de vídeo mais potente, mas também não muito.
Com bons gráficos mas também uma cidade complexa e cheia de modelagem e NPCs, só atualizando os dois componentes para jogar Marvel’s Spider-Man em altas taxa de quadro e alta qualidade gráfica. Só atualizar um dos componentes não foi o suficiente para ter benefícios grandes na fluidez
Red Dead Redemption 2 pede uma boa placa de vídeo para rodar em 1080p e qualidade ultra, então foi colocar a RTX 3060 para termos uma excelente taxa de quadros com tanto o Core i5 antigo quanto o Ryzen 9 de última geração. Curiosamente, o upgrade de CPU deu um ganho modesto de performance, mostrando que o Core i5 consegue dar conta do jogo, mas não está com tanta folga assim.
E por fim, Counter Strike novamente mostra que games competitivos em altas taxas de quadro vão pedir bons hardwares. O upgrade de GPU ajudou, mas é caprichar no processador que subiu os quadros para mais de 300fps em média. E pra ter um salto de verdade, é preciso tanto uma boa placa de vídeo quanto um bom processador.
Mas aqui entra um critério importante: em todos esses gráficos dava para conseguir mais com a GTX 970 se ela fosse configurada em 1080p médio ou até mesmo baixo, algo que é inclusive feito muito em games competitivos. E isso nos trás para um critério de desempate: se você não sabe se compra CPU ou GPU, eu começaria pelo processador. Dá para reduzir o tempo de render de uma placa de vídeo reduzindo resolução e qualidade gráfica, mas tem muito pouco que pode ser feito se o processador não tá dando conta da taxa de quadros que você quer (raras exceções incluem reduzir densidade populacional em um mapa).
Então se você aceita dar uma piorada nos gráficos, dá para começar com o upgrade em seu processador e ir jogando com o jogo feinho. Pelo menos até você comprar uma placa de vídeo melhor, e aí poder jogar com toda a qualidade gráfica que você merece.
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