Tempo de boot de PCs vira ponto central em processo contra Bank of America

Quem já teve que lidar com um PC antigo na hora de trabalhar sabe bem que o tempo de boot de alguns aparelhos pode demorar — oferecendo o intervalo perfeito para preparar um café ou passar no banheiro. No entanto, o que é inusitado é o fato de que esse intervalo virou ponto central em um processo aberto contra o Bank of America.

Um processo coletivo iniciado por diversos funcionários da instituição afirma que ela descontou centenas de milhares de horas de pagamentos por conta disso. Isso porque a empresa não considerava como tempo trabalhado o intervalo necessário para ligar máquinas, iniciar softwares e realizar outros processos essenciais.

Segundo Tava Martin, funcionário que lidera a ação contra a empresa, ela não quer pagar pelo tempo necessário para realizar processos cotidianos, sem os quais tarefas não podem ser cumpridas. Isso envolve o tempo de boot de PCs, o destravamento de drivers criptografados, processos de autenticação, conexões a VPNs e a inicialização de softwares especializados.

Boot de PCs e outros processos exigiam grande tempo dos funcionários

No processo contra o Bank of America, os funcionários alegam que todos os processos exigidos pela empresa levavam até 30 minutos para serem completados. Era somente depois deles que se tornava possível acessar os sistemas da empresa, que eram os responsáveis por registrar as horas trabalhadas.

O processo podia demorar ainda mais tempo, caso o boot dos PCs encontrasse algum problema. Para tornar a situação mais complicada, podia ser necessário refazer todas as etapas, caso o sistema decidisse desconectar um usuário — o que geralmente acontecia de forma automática durante intervalos de almoço.

Além de ter que fazer os logins e etapas de verificação todos os dias, os funcionários também precisavam realizar os processos reversos ao final de seus dias de trabalho. Por questões de segurança, era preciso fazer o logoff manual de todos os softwares, bem como se assegurar que as máquinas usadas estavam desligadas com segurança.

Nos Estados Unidos, uma decisão do Departamento de Trabalho, datada de 2008, reconhece que o tempo necessário para o boot de um PC, bem como as outras etapas descritas no processo, fazem parte de uma rotina de trabalho. No entanto, isso não significa necessariamente uma vitória imediata para Martin — tudo vai depender se o juiz responsável vai decidir se essas tarefas pelas quais o Bank of America não quer pagar eram essenciais para a realização do trabalho exigido de seus funcionários.

Fonte: Tom’s Hardware

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