TSMC enfrenta escassez de wafers de 2nm por causa do boom da IA e deve aumentar preços por quatro anos seguidos

A TSMC, principal fabricante de semicondutores do mundo, notificou seus clientes sobre uma nova estratégia de preços que deve impactar toda a indústria de tecnologia.

Devido à demanda explosiva por inteligência artificial e à escassez de capacidade produtiva, a gigante taiwanesa planeja aumentar os valores de seus wafers de processos avançados por quatro anos consecutivos, começando já no dia 1º de janeiro de 2026.

Segundo relatórios da indústria, a capacidade de produção de 2nm da empresa já está totalmente reservada até o final de 2026. O “boom” da IA, liderado por empresas como a NVIDIA, criou um gargalo no fornecimento, obrigando a fabricante a elevar os custos para equilibrar a balança entre oferta e demanda, além de cobrir o aumento nos gastos de capital.

A gigante taiwanesa planeja aumentar os valores de seus wafers de processos avançados por quatro anos consecutivos

Aumento de preços e escassez de wafers

Fontes ligadas ao setor afirmam que o reajuste nos preços dos wafers de 2nm será de um dígito percentual em 2026. No entanto, a alta não se restringe apenas aos processos mais novos.

A litografia de 3nm, amplamente utilizada em dispositivos atuais, também enfrenta restrições de fornecimento e deve sofrer um aumento de cerca de 3% no próximo ano.

Analistas indicam que, embora o primeiro trimestre costumo ser um período de desaceleração sazonal, a TSMC deve manter um ritmo forte de receita devido a esses ajustes.

A expectativa é que os aumentos variem entre 3% e 10% dependendo do cliente e do volume contratado, um movimento necessário para suportar a expansão das fábricas e a contratação de mão de obra especializada, que se tornou um recurso escasso.

Apple domina a fila dos 2nm

A Apple continua sendo o cliente prioritário da fundição. Relatórios apontam que a empresa de Cupertino garantiu mais de 50% da capacidade inicial de 2nm para seus futuros chips, possivelmente os A20 e A20 Pro.

A movimentação agressiva deixa pouco espaço para concorrentes como a Qualcomm e a MediaTek, que podem ter que disputar a capacidade restante ou aguardar pela maturação do processo N2P.

A Apple assegurou mais de 50% da capacidade inicial de 2nm para seus futuros chips, possivelmente os A20 e A20 Pro

Mesmo com a opção de migrar para a Samsung e seu processo de 2nm GAA, a maioria dos grandes clientes prefere absorver os custos mais altos da TSMC. A confiabilidade e o rendimento (yield) superior da fabricante taiwanesa ainda são vistos como vantagens competitivas inegociáveis, principalmente no segmento de alto desempenho voltado para PC Games e servidores de IA.

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O custo do sucesso

A situação é ímpar para a indústria de hardware. A TSMC está, de certa forma, “sofrendo com o próprio sucesso”. A necessidade de construir três novas instalações focadas em 2nm exige um investimento astronômico, e o repasse desses custos para os clientes é a forma encontrada para sustentar o crescimento.

Para o consumidor final, essa sequência de aumentos nos preços dos wafers sugere que a próxima geração de eletrônicos — de smartphones a placas de vídeo — poderá chegar ao mercado com valores mais elevados, mantendo a tendência de encarecimento vista nos últimos anos.

Fonte: Android Headlines