Gigante do Bitcoin abandona mineração e migra para IA até 2027 após prejuízo de US$ 46 milhões

A Bitfarm, uma das principais empresas de mineração de Bitcoin, anunciou que irá redirecionar seus negócios de criptomoedas para serviços de data center com inteligência artificial até 2027.

Mesmo não sendo a maior mineradora de criptomoedas dos EUA, a empresa ainda possui uma operação considerável com 12 data centers dedicados à mineração de Bitcoin.

Conforme o Decrypt, a capacidade energética atual da empresa é de 341 megawatts (MW). E isso poderia ser aproveitado para implantar milhares de racks de servidores Nvidia GB300 NVL72.

Ao site, o CEO da Bitfarm, Ben Gagnon, afirmou que a empresa continua executando a estratégia “de desenvolvimento de infraestrutura HPC/IA com uma cadeia de suprimentos totalmente financiada e planejamos converter nossa unidade em Washington para suportar servidores Nvidia GB300 com resfriamento líquido de última geração”.

Pelas estimativas dele, apesar de representar menos de 1% do portfólio total de desenvolvimento, “a conversão apenas da nossa unidade em Washington para GPU como serviço pode potencialmente gerar mais receita operacional líquida do que jamais geramos com a mineração de Bitcoin.”

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Prejuízo de Bilhões

A Bitfarm divulgou um prejuízo líquido de US$ 46 milhões (R$ 243,99 milhões) durante a divulgação de seus resultados do terceiro trimestre. Isso representa um aumento de quase 91% nas perdas líquidas em comparação com o terceiro trimestre de 2024.

Embora o Bitcoin tenha atingido um recorde histórico no início de outubro, sua volatilidade impediu que a empresa dependesse consistentemente dele para cobrir seus custos operacionais.

Além disso, suas novas plataformas de mineração T21 não apresentaram o desempenho esperado. E isso levou a uma redução de 14% na projeção de hashrate para o primeiro semestre de 2025.

A empresa também converteu um empréstimo de US$ 300 milhões (1,6 bilhão) da Macquarie em financiamento para seu data center em Panther Creek, Pensilvânia, com capacidade potencial de pelo menos 350 MW.

Este data center se soma ao portfólio de energia da empresa de 1,3 GW. Isso garante o potencial de torná-la uma das maiores empresas do setor de data centers para inteligência artificial.

Capacidade Atual

Atualmente, a Bitfarm possui 341 MW de capacidade energizada. Isso significa que a empresa não precisa negociar com fornecedores de energia e governos locais para adquirir mais energia para seus data centers.

Isso a ajuda a evitar o gargalo de energia que outros hiperescaladores, como a Microsoft, estão enfrentando. O CEO da Microsoft, Satya Nadella, afirmou que a empresa possui GPUs de IA ociosas em estoque por falta de infraestrutura disponível para conectá-las. Mesmo o Vale do Silício não escapa a esse problema.

Essa mudança estratégica ajudaria a Bitfarm a capitalizar a enorme demanda por processamento de IA. No entanto, também implica em maiores riscos, especialmente porque muitos especialistas afirmam que o setor de IA já está em uma bolha.

Com o investimento necessário para migrar completamente da mineração de criptomoedas para data centers de IA estimado em centenas de milhões, senão bilhões de dólares. Um colapso no setor de IA poderia potencialmente levar a empresa à falência.

O efeito cascata poderia falir a instituição financeira que a financiou, além de diversas outras empresas, resultando em perdas na casa dos trilhões. E parte do medo foi potencializado com a recente notícia de que a SoftBank vendeu todas as suas ações da NVIDIA para investir na OpenAI.

Fonte: Decrypt.