Desmonte da RTX Titan Ada revela projeto interno absurdo: GPU traz dupla 12VHPWR e construção de alto nível

Um protótipo inédito de uma placa top de linha da geração RTX Titan Ada da NVIDIA, nunca lançado oficialmente, voltou aos holofotes depois de cair nas mãos de Roman “der8auer” Hartung.

Em um novo vídeo, o entusiasta desmonta a unidade e mostra, etapa por etapa, como a NVIDIA montou uma estrutura pouco comum, com chassi quase todo formado por dissipador, placa lógica instalada na lateral e um esquema de alimentação pensado para dois conectores 12VHPWR.

A desmontagem ajuda a explicar por que esse modelo virou “lendário” após a série RTX 40: o tamanho é fora do padrão, o desenho lembra conceitos que só apareceriam depois em designs mais recentes, e a própria montagem seria complexa para linhas de produção em escala.

O que torna esse protótipo diferente de uma placa comum?

A primeira impressão vem do exterior. O conjunto lembra a ideia de “um grande bloco de metal” com ventoinhas nas extremidades, e com um detalhe extra: há uma terceira ventoinha menor no meio, visível apenas em certos ângulos.

Por cima, dá para “enxergar através” do corpo da placa em alguns pontos, porque o layout foge do padrão em que a PCB ocupa toda a área central.

Der8auer também comenta o porte: trata-se de um design quad-slot, grande o suficiente para levantar dúvidas sobre compatibilidade em muitos gabinetes e sobre viabilidade de montagem em massa.

Passo a passo do desmonte mostrado no vídeo

O processo começa pela região traseira, onde ficam as saídas de vídeo e o escudo de I/O. A placa usa 3x DisplayPort 1.4a e 1x HDMI 2.1, e o detalhe curioso é que esses conectores ficam soldados diretamente na placa principal, em vez de aparecerem em uma plaquinha auxiliar, como já se viu em outros projetos.

Com o escudo removido, ele encontra uma linha de separação e usa uma ferramenta para soltar uma placa lateral presa pelo conjunto. A peça traz heatpipes e pads térmicos posicionados para encostar em componentes da placa, como áreas associadas a memória e controle de energia.

A partir daí, a “estrela” aparece: a PCB montada na lateral do corpo da placa, uma solução que lembra outros protótipos anteriores mostrados na comunidade. Nesse ponto do desmonte, dá para ver 12 módulos de 2 GB de GDDR7 na face visível, com mais 12 módulos no verso, totalizando 48 GB de VRAM.

Para retirar a PCB, o vídeo mostra a desmontagem do miolo estrutural: a placa é virada e o grande “X” metálico do chassi é removido. Por baixo, surgem canais de roteamento para cabos flat das ventoinhas, que precisam ser desconectados em mais de um ponto antes do conjunto liberar.

Depois disso, ele remove mais parafusos e chega a um mecanismo central com molas. A etapa foi parcialmente feita fora da câmera para ocultar códigos e numerações que poderiam revelar a origem exata do protótipo. Ao final, a PCB se separa por completo do chassi, com o chip AD102 no centro.

O que aparece na PCB quando ela fica “nua”

Um detalhe que chama atenção no vídeo é o encaixe do barramento do computador. Em vez de o conector PCIe x16 estar integrado como parte natural da PCB, aparece um conjunto ligado por cabos flat a uma placa filha, lembrando o que se vê em risers de montagem vertical.

Na lateral oposta, entram os pontos ligados à alimentação e ao I/O. O vídeo também evidencia que as portas de vídeo ficam na própria placa, sem depender de um módulo separado.

Como a NVIDIA levou energia até dois 12VHPWR

O trecho mais diferente da desmontagem está no caminho da energia. Em vez de dois conectores tradicionais aparentes na PCB, o protótipo usa pontos de contato que encostam em elementos do cooler para receber alimentação.

Der8auer interpreta que um dos pontos deve atuar como terra (ground), enquanto os outros dois atenderiam cada um a um dos 12VHPWR, com pinos de sense aparecendo soltos após a desmontagem.

Esse tipo de solução sugere um projeto voltado a lidar com consumo elevado e, ao mesmo tempo, a manter o exterior “limpo” em termos de cabos e conectores aparentes, embora complique bastante a construção do conjunto.

Por que isso virou assunto agora

O mesmo protótipo já tinha aparecido em conteúdos anteriores de desempenho e, meses atrás, der8auer teria mostrado já o modelo 48 GB de VRAM e especificações de alto nível, salientando que a NVIDIA chegou perto de ter algo ainda mais extremo na era Ada.

Com a desmontagem completa, o foco deixa de ser “quanto roda” e passa a ser “como foi montado”, já que boa parte do fascínio desse modelo está no design fora do padrão e nas escolhas mecânicas e elétricas que raramente aparecem em produtos finais.

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O que a desmontagem pode evidenciar do futuro design de placas de vídeo

Ao final do vídeo, der8auer comenta que levou cerca de uma hora e meia para remontar tudo e precisou revisar a gravação para não perder parafusos e etapas.

Ele também afirma que, na visão dele, essa placa e a RTX 5090 estão entre as mais impressionantes que já viu em termos de engenharia. Esse tipo de comentário ajuda a dimensionar o quanto o protótipo foge de um “modelo de prateleira”.

Se existe uma leitura mais ampla aqui, ela aponta para um caminho que a indústria já explora: placas cada vez mais complexas internamente, com peças modulares, cabos flat, placas auxiliares e soluções mecânicas que tentam equilibrar refrigeração, energia e espaço.

A diferença é que, no caso desse protótipo, o conjunto parece ter sido levado ao limite antes de virar um produto de verdade, e o próprio fato de nunca ter chegado às lojas sugere o peso de fatores como custo, dificuldade de montagem e logística de produção em escala.

Fonte: der8auer (YouTube)